Segundo o Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores, o Brasil tem registrado, repetidamente, o envelhecimento da sua frota de veículos. De acordo com o estudo, entre 2013 e 2021 a idade média dos automóveis cresceu em 1 ano e 10 meses, sendo que, dos 38,2 milhões de automóveis em circulação no país, 23,5% apresentavam idade média de até 5 anos, outros 57,1%, com idade entre 6 e 15 anos.

Por conta da pandemia e seus desdobramentos econômicos, esse envelhecimento foi ainda mais acelerado nos últimos dois anos. Entenda agora de que forma esse processo vem ocorrendo.

O agravamento da pandemia em números

Além dos evidentes problemas à saúde pública, a pandemia agravou vários desequilíbrios econômicos. Como consequência, a redução do poder aquisitivo em conjunto do aumento do custo de vida fez com que os modelos de veículos novos se tornassem inacessíveis para uma boa parcela da população. 

Há 10 anos atrás o número de automóveis seminovos que circulavam pelo país era de 43,1% e hoje esse número foi reduzido para 23,5%, segundo o Sindicato. Os modelos mais “velhos” (acima de 16 anos) passaram de 18,8% para 19,4% e os intermediários (de 6 a 15 anos), que eram 38,1% em 2012, hoje representam 57,1%. 

Outro problema que vem acelerando esse processo é a desorganização mundial da cadeia de abastecimento. A falta de componentes para a produção de novos veículos, o encarecimento de fretes e matérias primas, além da escalada nos preços e juros impacta negativamente na aquisição de veículos zero quilômetro, ou até mesmo, na troca de carros usados por modelos mais novos. 

Os efeitos para o mercado automotivo

  Apesar de todos os efeitos negativos, é possível encontrar pontos positivos nesse processo, principalmente no que se diz respeito à esperança de melhora desse cenário. Para o mercado de reposição de autopeças, o envelhecimento da frota traz resultados positivos a curto prazo, uma vez que estes veículos demandam mais cuidados e necessidade de manutenção. Além disso, a ação de políticas públicas para a renovação de frota pode ser um bom início para reverter esse cenário, que precisa de novas soluções para o bem do mercado automotivo e da economia brasileira.