Depois de um primeiro quadrimestre muito difícil em função da falta de semicondutores, o setor acelerou o ritmo e conseguiu atender parte da demanda reprimida nos mercados. A exportação puxou a produção de veículos e compensou a estabilidade da venda no mercado doméstico.

O crescimento da produção no ano passado de 5,4% sobre 2021 ficou acima dos 4% previstos pela entidade dos fabricantes. A sensível redução nas paralisações de fábricas, no segundo semestre, com a melhora parcial no fluxo de componentes eletrônicos facilitou o resultado.

Exportação

O crescimento da exportação de veículos para México, Colômbia, Chile e Uruguai compensou as dificuldades da economia da Argentina. O melhor resultado de 2022 foi do mercado externo. Foram embarcadas 480.947 unidades com o salto de 27,8% sobre 2021 que já havia crescido 16% sobre o ano anterior. Apesar do bom desempenho, o resultado ainda está longe dos 629 mil veículos de 2018. 

A Argentina recebeu 139 mil veículos, o que corresponde a 29% dos embarques. Para o México foram 86 mil unidades ou 18% da venda externa. Seguiram Colômbia, com 77 mil e 16%, Chile, com 57 mil e 12%, e Uruguai, com 3,4 mil e 7%. 

O embarque de automóveis e comerciais leves saltou 28,9% com 450.279 unidades, já caminhões cresceu 12,1% com 25.455 unidades e ônibus 23,1% com 5.123 unidades.

Em valores, a exportação chegou a US$ 10,44 bilhões, mais 37,6%, e se aproximou dos US$ 11,1 bilhões de 2018. Além do volume, o desempenho foi puxado pelo embarque de utilitários esportivos, caminhões e ônibus com maior valor agregado.

O estoque de 187,9 mil unidades, das quais 128,2 mil nos concessionários e 51,7 mil nas montadoras, correspondeu a 27 dias, sendo 17 mil nas lojas e 10 mil nos pátios  das fábricas.

Previsão 2023

A Anfavea trabalha com a expectativa de aumento de 2,2% na produção de automóveis, com 2,42 milhões de unidades. Considerando automóveis e comerciais leves, a previsão é 2,04 milhões de unidades, mais 4,1%. Já para caminhões e ônibus, a  queda de 20,4% será impactada pela mudança da regra de emissões para o Proconve P8, que deve provocar um inevitável reajuste de preços.

Para automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus, a Anfavea projeta a venda de 2,17 milhões, mais 3%. Os automóveis e comerciais leves deverão puxar o desempenho com alta de 4,1%, ante queda de 11,1% dos veículos pesados.

 A exportação deverá cair cerca de 2,9% ainda puxada pela Argentina. A Anfavea estima exportação total de 467 mil unidades.

Para o presidente da Anfavea, o Brasil tem uma série de lições de casa a serem feitas para que o mercado deixe de andar de lado como nos últimos anos. Ele defende a tentativa de medidas que possam amenizar o impacto dos juros que comprometem a venda, afinal, 70% dos veículos são comprados à vista. 

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